Pescar é uma prática tão antiga quanto a própria humanidade. Houve um tempo em que as regiões mais povoadas se situavam preferencialmente na costa marítima ou na beira de rios e lagos, pois a oferta de alimentos era maior e permitia às populações crescerem mais. Vamos falar mais sobre como a história da civilização e a evolução da pesca caminham juntas.

Existem muitas técnicas e equipamentos. Vamos começar pelo método mais clássico na pesca esportiva, a pesca com vara e a história por trás dela.

Anzol

Já foi feito de lascas de ossos, conchas, chifres, cascas ou madeira. Sua versão metálica surgiu há 7000 anos no oriente, feita de cobre. Atualmente são fabricados em aço, processo que começou a ser utilizado no final dos anos 1300, na Inglaterra, inspirado na aplicação da liga para agulhas de costura.

Linha

Nos primórdios, eram feitas a partir de fibras vegetais, como algodão, cânhamo, linho, seda ou de fibras animais, como pelos de crina e cauda de cavalo. Hoje são produzidas com ligas metálicas ou plástico, tais quais dacron, cobre, monel (liga de níquel) ou nylon, variedade mais comum.

Vara

Houve um tempo em que a pesca com linha era feita diretamente com as mãos, mas isso machucava e era pouco hábil. Então surge a vara que, além de proporcionar maior conforto ao manusear a linha, funciona como uma extensão do braço humano, expandindo o alcance de lançamento.

Um dos materiais mais utilizados era o bambu, por sua estrutura flexível e leve. Em 1700, na Europa, se começa a usar varas de madeira, porém o peso era demasiado inconveniente.

Varas de aço e ligas de cobre já foram bastante utilizadas também, mas na década de 50 foram ultrapassadas por materiais como carbono, grafite e principalmente pela fibra de vidro. 

Leves e resistentes a temperaturas extremas (muito altas ou muito baixas), essas varas não se deformam ao envergar, não oxidam com umidade ou maresia e não sofrem de decomposição, como no caso das varas de bambu ainda utilizadas para crianças e amadores.

Carretilhas e molinetes

Após se criar extensões para o braço, tornou-se possível fazer lançamentos mais longos. Isso significava alcançar peixes maiores, porém a linha precisava acompanhar todas essas expansões.

Para isso, em meados de 1600 alguns pescadores começam a acoplar um carretel às varas. Um relojoeiro aperfeiçoou isso, criando em 1810 um sistema em que cada volta na manivela equivalia a 3 voltas no tambor.

Dessa forma era possível armazenar muito mais linha, dando também mais agilidade na hora de recolher. Esse mecanismo ficou conhecido como molinete multiplicador.

O último grande aprimoramento desta ferramenta foi o freio: inicialmente era feito com uma tira de couro, que o pescador usava para aplicar pressão sobre a linha com o próprio dedo.

Porém, esta técnica não era capaz de segurar os maiores peixes, especialmente em pescas de água salgada, prejudicando pescadores de atum, albacora, tarpons e afins.

Diante disso, um engenheiro membro do Tuna Club da Califórnia criou, no século XX, o sistema de freio de fricção a disco. Eficiente trava de tambor, esse advento possibilitou a pesca de peixes de até mil quilos como conhecemos hoje.

Outras modalidades

Além da pesca com vara – que já carrega muita história por si só – existem outros métodos que também são praticados e foram descobertos há muito tempo:

Colheita

Não se restringe apenas aos peixes. Continua sendo muito praticada, especialmente por biólogos marinhos e admiradores do mar. Pode ser feita em mergulho, com ou sem apanha, e é uma ótima oportunidade para contemplar a vida marinha.

Arpões

Também praticado com mergulho, esga técnica de pesca é uma evolução da pesca com lanças e espetos, muito utilizada por antigas populações indígenas ribeirinhas.

Redes

Paliçadas, fixas ou de arrasto. Visam a captura em grande quantidade e possibilitaram à atividade pesqueira atingir proporções industriais.

A revolução industrial foi grande aliada da pesca. O desenvolvimento de equipamentos melhores, barcos motorizados e sistemas de refrigeração permitiu que os pescadores conseguissem pegar cada vez mais peixes, avançando mar adentro durante viagens mais longas.

Gostou? Pescaria também é cultura! Se essas curiosidades sobre a evolução da pesca lhe deixaram ainda mais animado, prepare os equipamentos e confira mais dicas. Vamos falar agora sobre iscas!