A pesca no mangue tem, obviamente, suas peculiaridades em relação à pesca no rio e exige que o pescador tenha um conhecimento razoável sobre esse tipo específico de ambiente. É preciso conhecer desde o equipamento a ser utilizado até informações sobre os tipos e características de maré (como horários, altura e temperatura da água, por exemplo).
Em resumo, é necessário ter um domínio básico sobre alguns conceitos essenciais para que essa espécie de pescaria traga bons resultados. Por isso, no post de hoje, falaremos sobre algumas das principais diferenças da pesca no mangue que você precisa conhecer!
Pronto para saber mais sobre o assunto? Continue lendo então!
Para começar, o que é um mangue?
Um mangue é caracterizado como um ecossistema de transição entre a terra e o mar. Nessas regiões, existe uma grande quantidade de matéria orgânica, o que significa dizer que a área é propícia para a pesca de alguns peixes e para a caça de alguns animais específicos.
O robalo, por exemplo, é uma das espécies mais presentes nos manguezais, o que transforma esses locais em uma verdadeira área “cobiçada” pelos pescadores que estão em busca desse famoso peixe.
Quais as principais diferenças entre o mangue e o rio?
Os mangues normalmente apresentam uma água com cor de chá, com maior teor de salinidade e são mais suscetíveis às mudanças causadas pelas marés. Já os rios possuem águas mais transparentes e são influenciados predominantemente pela ação das chuvas.
O tamanho dos peixes também varia nesses dois ambientes. Normalmente, no mangue os peixes possuem um maior comprimento e peso, enquanto nos rios as espécies presentes são geralmente de menor porte — ainda que essa não seja uma regra universal e nem absoluta.
Normalmente, as pescas no mangue apresentam maior produtividade, mas também são mais difíceis do que em um rio “comum”, onde se pratica a pesca artesanal ou a pesca esportiva.
Como se preparar para uma pesca no mangue?
Saber se preparar para uma pesca (em qualquer lugar que seja) é basicamente o segredo para o sucesso. Todavia, no mangue, como já citamos, esse esporte demanda ainda mais cuidados se o pescador estiver em busca de um determinado resultado.
O ideal é aproveitar os períodos de enchente no mangue, quando a temperatura da água fica geralmente mais alta. Você pode pescar na costa, mas o recomendado é que toda a operação seja realizada de forma embarcada. O barco deve estar contra a maré e na parte mais funda do mangue. Assim, será possível encontrar a maior quantidade de peixes (o robalo tende a ficar nas regiões mais fundas).
Preparativos para pescaria
A primeira recomendação é que você faça um estudo prévio sobre o ambiente em que vai pescar. É importante conhecer previamente os horários de picos de maré, por exemplo.
Posicionamento do barco
Uma “regra” simples é posicionar o barco em 45º contra a maré e arremessar a isca no sentido oposto da direção da embarcação. Os robalos sempre se encontram no fundo e, por isso, é fundamental que o pescador tenha um equipamento preparado para atender a essa singularidade.
Equipamentos e iscas
É igualmente essencial o uso de chumbos redondos e com peso suficiente para se manter no fundo. A isca natural é mais indicada e uma boa opção é o camarão vivo, que costuma ser a “refeição” preferida do robalo, mas você também pode utilizar uma infinidade de modelos artificiais. Outros materiais e até mesmo outras varas podem ser indicadas para essa pesca.
Dicas finais
Agora que você já conhece o ambiente e está preparado para a briga, que tal conferir algumas dicas para encontrar e fisgar grandes peixes?
Saiba como localizar o peixe no mangue
Visualmente, localizar um peixe no mangue é mais difícil do que em rios e lagos, por exemplo, locais que têm águas mais límpidas. Por isso, é preciso que você saiba identificar outros elementos.
Procure pelos locais mais fundos do mangue. Geralmente, eles ficam próximos de curvas da parte de fora do rio, pois são os locais em que a água corre com mais força e a profundidade aumenta.
Utilize sonar
O sonar não é um item obrigatório, mas pode facilitar muito a pesca no mangue. Isso porque, nesse tipo de ambiente, costuma ser mais difícil identificar qual a altura que o peixe está atacando a isca.
Com o sonar, basta observar sua movimentação e lançar a isca de acordo com o que o equipamento aponta. Além disso, ele também pode mostrar obstáculos e estruturas submersas que você não consegue ver, e ainda evita acidentes como colisões.
Leve iscas artificiais diferentes
A pesca no mangue costuma ser bastante imprevisível, e os peixes podem ter um comportamento instável, ficando manhosos na hora de atacar. Para driblar esse fator, uma estratégia é ter em sua tralha uma grande quantidade de iscas diferentes.
Retomando a dica anterior, é essencial que você tenha modelos para diferentes alturas de água – superfície, meia-água ou fundo – e vá trocando durante a pescaria. Ao contrário do rio, o peixe não ataca muitas vezes no mesmo lugar, e ao trocar o equipamento, você conseguirá enganá-lo.
Além disso, é imprescindível que você tenha iscas de cores diferentes. A água do mangue pode variar muito de coloração e opacidade, e dependendo do dia, determinadas colorações podem se tornar invisíveis para o peixe. A dica é:
- em águas claras, use iscas claras;
- em águas escuras, use iscas com cores cítricas ou prateadas;
- em águas densas, use iscas de cores sólidas.
Respeite as temporadas
Vale lembrar que nos manguezais a pesca não é realizada de maneira indiscriminada. Procure informações a respeito das temporadas e ajude a proteger essas regiões, que têm sofrido bastante nos últimos anos com o avanço da especulação imobiliária e com a pesca (e a caça) indevida.
Não se esqueça: tenha sempre em mãos sua licença de pesca. É esse documento que assegura que você está fazendo uma prática esportiva legal e de acordo com a legislação vigente no Brasil.
Com essas dicas e um pouco de paciência e experiência, é possível praticar uma pesca no mangue gostosa e divertida, e voltar para a costa com boas experiências e histórias para contar.
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